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Já conhece o lado turístico da Universidade de Coimbra em Portugal?

Já conhece o lado turístico da Universidade de Coimbra em Portugal?

by Gonçalo Sousa

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A universidade nem sempre esteve em Coimbra, mas a cidade portuguesa será sempre recordada como a dos estudantes. Sazonalmente, de setembro a meados de julho, jovens alunos de todas as partes do país voltam a encher salas que têm fama de ser muito bem frequentadas.

Pelas mesmas cadeiras e secretárias da Universidade de Coimbra passaram nomes tão diferentes como Egas Moniz, Luís Vaz de Camões, Manuel de Arriaga e até Alberto João Jardim. A lista de ilustres continua, estendendo-se ao longo de vários séculos, de 1290 até à atualidade.

Tudo começou com a assinatura do “Scientiae Thesaurus Mirabilis”, o documento que instituía os primeiros Estudos Gerais de Lisboa. A partir de 1308, a instituição foi transferida parcialmente para Coimbra, funcionando em ambas as cidades até 1537. É a partir dessa data que a universidade se fixa a 100% na cidade que ganharia a fama de ser a dos estudantes.

A chegada da Universidade de Coimbra à cidade trouxe inúmeras mudanças. Aqui instalaram-se vários intelectuais, mas não foi só o espectro cientifico-humanístico que mudou. Em termos paisagísticos, a cidade tornou-se também ela universitária: depois de um primeiro polo (o das Letras e do Direito) , a instituição expandiu-se para um segundo (das Engenharias e Tecnologias) e um terceiro (o das Ciências da Vida).

A juventude que chegava todos os anos e o reboliço intelectual deram à cidade uma atmosfera única. Atualmente, junto às margens do Mondego ainda se entoam cantigas ou brinda-se a um ou outro sucesso escolar ou amoroso. Foi lá que nasceu o fado do estudante (ou o fado de Coimbra) e onde se desenhou (e se continua a desenhar) o futuro.

A importância da Universidade de Coimbra no panorama nacional e mundial fez com que a instituição fosse considerada, em 2013, como Património Mundial da UNESCO. Não foi por acaso. Quem a visita pode encontrar inúmeros traços da história de Portugal presentes nos edifícios e nalgumas salas abertas ao público.

Mais do que uma instituição de ensino, a Universidade de Coimbra é um monumento carregado de memórias e de valor cultural.

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Biblioteca Joanina

 

Como o próprio nome indica, a Biblioteca Joanina foi construída a mando d’ “O Magnânimo”, D. João V. Considerado como o expoente do absolutismo em Portugal, o reinado do monarca foi também um dos mais opulentos graças à descoberta de ouro vindo do Brasil.

A construção da biblioteca data de1717 e está decorada em tons dourados. O estilo é barroco, saltando aos olhos pelo trabalho rebuscado e altamente pormenorizado. Lá encontram-se mais de 60 mil obras, algumas das quais únicas ou extremamente raras. Sobressaem as de áreas como o Direito, a Teologia ou a Filosofia.

A Biblioteca Joanina é também conhecida por ser a casa de uma colónia de morcegos, animais esses que previnem que os livros e a própria madeira sejam danificados por insetos. Para que não haja danos são tomadas outras medidas de precaução, como cobrir as mesas com toalhas de couro para os dejetos não as corroam.

Capela de São Miguel

 

A estrutura inicial da Capela de São Miguel é anterior à da próxima universidade. Julga-se que as suas origens remontam ao ano de 1064, altura em que a cidade foi conquistada aos muçulmanos. Séculos mais tarde, já no reinado de D. Manuel I, deu-se uma reconstrução completa. A capela passou então a possuir fortes traços do estilo em voga, o Manuelino.

Esta não foi, todavia, a única alteração. Por exemplo, o retábulo principal foi projetado mais tarde em 1605. O trabalho arquitetónico é assinado por vários artistas, entre eles Simão Rodrigues, Simão Ferreira, Joaquim Bernardes e Francisco Ferreira Araújo. Um dos elementos principais da Capela é o órgão que continua a ser utilizado.

Prisão Medieval e Académica

 

A Prisão Medieval e Académica é a última prisão medieval em Portugal. A partir de 1541, a Universidade de Coimbra passou a possuir liberdade para punir todos os que estivessem ligados à instituição (professores, estudantes e até familiares) e que tivessem infringido a “Lei Académica”. Isto significava que, além da prisão, a universidade possuía também juízes e guardas.

Até 1773, a Prisão Medieval e Académica funcionou nos aposentos da Sala dos Capelos. A partir dessa data, começou a funcionar no edifício da Biblioteca Joanina – recuperando a antiga prisão do Paço Real. A Lei Universitária foi extinta depois da revolução liberal de 1820 e tinha como objetivo proteger as pessoas vinculadas à universidade, proibindo comportamentos delinquentes ou criminosos.

 

Sala de Armas

 

É neste compartimento que se guardam as armas da antiga Guarda Real Académica. Lá podemos encontrar exemplos de material bélico que atualmente ainda é usado pelos Archeiros em cerimónias solenes da academia coimbrã. A Sala de Armas em si é decorada com azulejos que remontam a 1773, vindos de Lisboa (mais concretamente da Fábrica do Rato). No teto encontramos as armas reais portuguesas.

Sala dos Capelos

 

É na Sala dos Capelos que decorrem as cerimónias mais solenes da Universidade de Coimbra – como a investidura do Reitor, a Abertura Solene das Aulas ou a atribuição dos “honoris causa” da instituição. Antes de ser Sala dos Capelos, o compartimento foi Sala do Trono, mas com a mudança da universidade para o antigo Paço Real de Coimbra deixou de o ser.

Lá encontramos várias telas a óleo com as figuras de reis portugueses. Dezoito destes quadros foram pintados em Lisboa, entre os anos de 1655 e 1656 com monarcas anteriores a D. João IV. Há também pinturas de D. João IV, D. Pedro IV, D. Maria II e D. Pedro V, D. Luís I, D. Carlos I e D. Manuel II (o último rei visado).

Sala do Exame Privado

 

Esta divisão era inicialmente uma parte Palácio Real e era lá que o rei costumava passar a noite. O espaço foi transformado, em 1701, em Sala do Exame Prévio, começando a ser usado para a realização da prova final que tornava licenciados em doutores.

O exame era conhecido pelo elevado grau de exigência e por se realizar à noite, sempre de portas fechadas. Mesmo depois da reforma do ensino com o Marquês de Pombal, era tal a dificuldade que o exame manteve a sua popularidade.

Se olharmos para cima vemos os emblemas das faculdades da Universidade de Coimbra. O resto da divisão é decorado com painéis de azulejo tradicionais, com as cores azul e branco.

Torre da Universidade

 

A Torre da Universidade é um dos maiores símbolos da instituição e também da própria cidade. As obras que deram origem ao monumento terminaram em julho de 1733 e foram realizadas por Gaspar Ferreira a mando de D. João V.

Ao todo são 33,5 metros, dos quais é possível ver uma vista sobre o Mondego. O sino maior é conhecido entre os estudantes como “a Cabra”, já que diziam que o som do seu bater fazia lembrar uma versão mais sonora do balir do animal.

No fado académico são várias as referências ao sino e à torre. Em tempos que já lá vão o sino marcava a hora de levantar e de recolher.

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