Gostava de visitar a antiga prisão mais segura da Rússia?
Gosta de literatura russa? Os clássicos de Fiódor Dostoievski têm um lugar especial na sua estante aí em casa? Anda há muito tempo a adiar uma viagem à Rússia? Se se identificou com cada uma destas frases, convidamo-lo a ler este artigo e a partir connosco numa viagem até uma prisão na Rússia.
Sim, leu bem. Uma prisão. Trata-se da Fortaleza de Tobolsk, uma antiga cadeia de segurança máxima, localizada algures na Sibéria, e que recebeu uma lista variada de figuras ilustres da história russa. Foi aqui, por exemplo, que Fiódor Dostoiévski cumpriu parte da sua pena de prisão e onde foi encarcerado o czar Nicolau II e milhares de presos políticos e vítimas durante o regime de Josef Estaline.
E agora a Fortaleza de Tobolsk abre as portas para o acolher a si. Antes que se assuste com a ideia de passar uma noite numa fortaleza tão sombria, deixe-me que faça as devidas apresentações. O estabelecimento prisional deixou de cumprir há muitos anos o seu propósito. Muito recentemente, as portas da cadeira abriram-se para receber turistas de todo o mundo, que podem conhecer as celas apertadas e perceber como era a vida dos prisioneros na Rússia.
A prisão com uma história sangrenta
Esta é uma proposta de visita algo bizarra mas que promete agradar os mais curiosos por história. A Fortaleza de Tobolsk foi construída entre 1835 e 1855 e manteve-se em funções até 1989, ano em que caiu a União Soviética. Considerado como um dos mais seguros estabelecimentos prisionais da Rússia, acredita-se que nunca ninguém tenha conseguido escapar destas paredes.
Embora seja difícil chegar a dados concretos, historiadores estimam que, entre os milhares de presos a cumprir pena nesta prisão, houve um momento histórico mais negro. Entre 1937 e 1938, anos em que a URSS apostou numa forte campanha de repressão política, foram executados cerca de 2,5 mil presidiários.
Os pequenos quartos onde os presidiários eram confinados por violarem as regras da prisão, também conhecidos como celas solitárias, foram agora abertos e arejados para mostrar a realidade brutal a que eram confinados os condenados. Estas são celas desprovidas de uma série de confortos, a começar, por exemplo, pela ausência de luz natural.
Para criar uma relação de proximidade com as figuras históricas que passaram por aquelas paredes, foram colocados retratos do lado de fora de cada cela, para que os visitantes que por aí passarem ficarem a saber rapidamente que grandes nomes passaram pelo local que estão naquele momento a visitar.
Outras fotografias, exibidas no Museu da Fortaleza de Tobolsk, dão uma ideia de como era o dia-a-dia do lugar: prisioneiros a trabalharem ao sol, de uniforme, com pesadas correntes nos pés, ou a cortar a lenha para o sistema de aquecimento que nem sempre aquecia as celas durante o Inverno frio da Sibéria.
Caro Eduardo Aranha, quiças parente do grande diplomata, que lutou pela criação do País de Israel. Amigo, consegue para mim uma cópia da música em russo: na biezimiánonoí vissotié (escrita em caracteres russos ok?). Eduardo, um forte abraço. Gostei de tua prosa, com relação às viagens, eu por enquanto não tenho dinheiro, quem sabe um dia?
Muito obrigado pelo seu comentário, são palavras como as suas que dão sentido ao que fazemos neste blog!
Abraço e boas viagens!