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O céu poderá ter uma nova estrela até 2022

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O céu poderá ter uma nova estrela até 2022

by Eduardo Aranha

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E se lhe disséssemos que daqui a uns anos poderá observar uma nova estrela a brilhar no céu? É isso mesmo que vai acontecer. Devido a uma colisão entre duas estrelas que se encontram a cerca de 1800 anos de luz de distância, um novo objeto brilhante poderá integrar o nosso céu noturno. Esta é notícia avançada por cientistas, que apontam ainda que a estrela não sobreviverá mais do que dois ou três anos.

Esta é a primeira vez que especialistas em astronomia prevêem uma explosão cósmica como esta e as suas consequências, afirmando que geralmente há apenas uma hipótese num milhão de serem capazes de prever o nascimento de uma nova estrela.

A descoberta e previsão foram avançadas pelo astrónomo Larry Molnar e a sua equipa da Calvin College, em Michigan. Esta equipa focou as suas observações  numa estrela binária chamada KIC 9832227 que é, na verdade, constituída por duas estrelas em órbita entre si.

Trata-se este caso daquilo que na comunidade científico é conhecido como binário de contacto, onde ambas as estrelas partilham partes da mesma atmosfera. Os investigadores pensam que as estrelas se estão a aproximar e na eminência de colidirem nos próximos anos.

Esse tipo de colisão chama-se nova vermelha, e a explosão resultante é capaz de causar um aumento 1o mil vezes superior ao seu brilho – o suficiente para que seja visível da Terra durante algum tempo.

“Se a previsão estiver correta, então, pela primeira vez na história, os pais poderão apontar para uma mancha escura no céu e dizer: ‘Vejam, crianças, há uma estrela escondida ali, e vai-se acender em breve ‘, Diz o coordenador da investigação de Calvin College, Matt Walhout, que não esteve envolvido no estudo.

Uma nova estrela no céu: como foi feita a descoberta?

Esta foi uma investigação que começou em 2008 com V1309 Scorpii – outra estrela binária que também causou uma nova vermelha. Embora o incidente não tenha sido previsto antecipadamente, as observações mostraram o período orbital entre as duas estrelas individuais acelerarem até ao momento da colisão.

 

Molnar e os seus colegas descobriram o mesmo padrão na CCI 9832227 em 2013 e 2014, e verificaram que se prolongava ao longo de 2016: dando a certeza de que o tempo necessário para que as estrelas se aproximem é pequeno.

A equipa está a vigiar as emissões de rádio, infravermelho e raios-X das estrelas, usando uma variedade de instrumentos, incluindo o observatório Very Large Array no Novo México, a Infrared Telescope Facility no Hawai e a nave XMM-Newton, em órbita em torno da Terra.

Estas leituras permitem perceber se KIC 9832227 está em curso de iluminar o nosso céu noturno ou não. De seguida, o objetivo passará por encontrar outras estrelas binárias como esta, e ver se é possível prever mais de tais colisões.

Se o comportamento das estrelas se desenrolar como previsto, será possível ver a brilhante explosão da Nova Vermelha na ala norte da constelação de Cygnus, em 2022. Não precisaremos sequer de telescópios.

Se os eventos se desenrolarem como os astrónomos previram, poderemos ver a brilhante explosão da Nova Vermelha na ala norte da constelação de Cygnus, em 2022 – sem necessidade de telescópios. Lembramos que tecnicamente esta colisão – devemos ser capazes de testemunhá-la –  aconteceu há um longo tempo atrás, já que a luz que estaremos a ver terá 1.800 anos de idade.

“Nunca ninguém conseguiu prever o nascimento de uma estrela, então será mesmo algo sem precedentes”, afirmou Robert Massey, da Royal Astronomical Society, que não esteve envolvido no estudo. “Acho que haverá uma corrida entre astrónomos amadores e membros do público para detetar em primeiro lugar as novas estrelas.”

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