Templo de Philae: uma réplica do antigo centro de culto a Ísis
Se tiver a oportunidade de fazer uma visita ao Egito recomendo fortemente que passe pela cidade de Assuão, uma localidade no sul do país. Se começar a sua aventuda pela cidade do Cairo prepare-se para uma viagem longa até lá, já que fica a cerca de 950 quilómetros da capital. Porém, se tiver essa hipótese, faça a visita. Garanto-lhe que vale a pena.
A jusante da primeira catarata do Nilo, é a cidade mais meridional do . Desde a época do Império Antigo, esta cidade com uma importante localização protegeu a fronteira sul do Egito e foi uma base para as incursões militares na Núbia e no Sudão. Situada no cruzamento de antigas rotas entre Egito, África e Índia, a cidade era também um próspero mercado onde se negociavam artigos exóticos.
Além do mais, ergue-se na zona mais encantadora do Nilo, onde o deserto se prolonga até à beira da água e o rio é salpicado de ilhas. A comunidade de núbios que aí se encontra articula na perfeição com o ambiente descontraído da cidade, tornando-a um dos lugares mais relaxantes do Egito. A isto acresce-se ainda o valor cultural e histórico da cidade, que faz deste lugar ainda mais especial do que parece.
Na viagem que fiz ao Egito tive a oportunidade de ir até Assuão. Numa viagem de barco ao longo do Nilo, fui até ao Templo de Philae, na Ilha de Agilika e consegui capturar algumas imagens incríveis que provam a beleza desta localidade.
Veja o vídeo que fiz durante a minha passagem pelo :
Enquanto centro do culto a Ísis, a ilha de Philae foi um importante lugar de peregrinação até meados da era cristã. Dizia-se que Ísis vigiava daqui a ilha sagrada de Biga, um dos míticos locais onde o seu marido Osíris foi sepultado.
Porém, após a construção da barragem de Assuão (1988-1902), os templos da ilha ficaram parcialmente submersos. A partir daí os visitantes começaram a usar barcos a remos para ver as ruínas de perto e os negócios locais começaram a detetar um forte potencial para o turismo. Ainda assim, com a construção da Grande Barragem (1960-71), muitos dos monumentos que até então se encontrava na ilha de Philae foram transferidos para a ilha de Agilika.
Este projecto, patrocinado pela UNESCO, prolongou-se de 1972 a 1980, enquanto Agilika era transformada para se assemelhar a Philae. Hoje, os barcos deixam os visitantes no extremo sul de Agilika, perto do edifício mais antigo da ilha, o Pavilhão de Nectanebo II, do século IV a. C. Daqui, um largo pátio, ladeado de colunatas, leva ao magnífico Templo de Ísis, o principal edifício no complexo do templo de Philae.
Construído no fnal do período Ptolemaico e início do período romano, esse enorme templo combina as arquiteturas do Antigo Egito e greco-romana. Ptolemeu XII Néos Dionísio construiu o primeiro pilone, com cenas onde é representado a derrotar os inimigos, perante Ísis, Hórus e Hátor.
A Casa do Nascimento, construída por Ptolemeu VI e alterada pelos soberanos posteriores, é dedicada a Hórus, filho de Ísis. A oeste do templo fica a Porta de Adriano onde foram inscritos, a 4 de agosto de 394 d. C., os últimos hieróglifos do .
No lado oriental da ilha, o pequeno templo de Hátor tem relevos de músicos entre eles Bes, o deus do canto. Mais para sul, perto da água, fica o Pavilhão de Trajano, com 14 colunas e cenas do imperador romano a queimar incenso perante Osíris e Ísis. No extremo norte da ilha encontram-se o templo de Augusto e a Porta de Diocleciano, que hoje se encontra em ruínas.
Abaixo, deixo-lhe algumas fotografias das maravilhas que pode encontrar no .