Telescópio Kepler: 10 novos exoplanetas podem ter água

Em 2009, a NASA lançou o primeiro telescópio espacial destinado a procurar planetas semelhantes à Terra, com possibilidade de conterem vida e orbitarem estrelas situadas na nossa vizinhança galáctica. O lançamento do telescópio Kepler, de 1,03 toneladas, aconteceu assim na base militar de Cabo Canaveral, na Florida, a bordo de um foguetão Delta II mas teve de ser interrompido em 2013 devido a uma falha técnica.

Mesmo assim, este telescópio corresponde à primeira missão levada a cabo pela NASA para detetar planetas, rochosos como a Terra, que orbitem estrelas que não estejam muito próximas nem muito afastadas, de modo a que as temperaturas possam manter a água em estado líquido à superfície, condição considerada essencial ao desenvolvimento da vida.

Muitos anos se passaram já desde o lançamento do telescópio Kepler e, embora tenham sido levantados alguns resultados, só recentemente se alcançaram respostas muito positivas. Cientistas que operam o telescópio espacial Kepler, da NASA, anunciaram em junho a descoberta de 219 novos planetas fora do sistema solar (exoplanetas), 10 dos quais de tamanho semelhante à Terra e onde água em estado líquido poderá hipoteticamente existir.

Telescópio Kepler: as descobertas feitas até hoje

No total, o telescópio Kepler já detetou 4.034 exoplanetas, dos quais 2.335 foram confirmados por outros telescópios. Cerca de 50 destes planetas distantes são de tamanho semelhante ao da Terra, incluindo os 10 anunciados em junho, e orbitam as respetivas estrelas na chamada “zona habitável”, onde as condições gravitacionais e de temperatura permitem, hipoteticamente, a existência de água líquida, considerada condição essencial para a existência de vida tal como é conhecida.

“Este catálogo minucioso (de exoplanetas com existência confirmada) é o fundamento científico que permitirá responder diretamente a uma das questões mais ‘quentes’ da astronomia, que é a de determinar o número de planetas ‘irmãos’ da Terra na nossa galáxia”, a Via Láctea, afirmou, citada num comunicado da NASA, Susan Thompson, uma das cientistas da equipa que opera o Kepler e membro do Instituto SETI, dedicado à busca de inteligência extraterrestre.

As descobertas anunciadas em junho fazem parte da versão final do catálogo de exoplanetas identificados a partir dos dados recolhidos durante os quatro anos em que o Kepler esteve em operação.

O Kepler foi lançado em 2009, mas a missão acabou por terminar em 2013 devido a uma avaria dos giroscópios (dispositivos que permitem o posicionamento no espaço na ausência de pontos de referência) do telescópio espacial.

Enquanto se manteve em operação, o Kepler perscrutou o espaço em torno de 150.000 estrelas da constelação do Cisne. A estrela mais brilhante da constelação do Cisne, a Alpha Cygni, fica a 2.500 anos-luz da Terra.

POSTS RELACIONADOS