Aquecimento global pode aumentar 25% da área sem gelo da Antártida

O constante processo de elevação da temperatura média global, desencadeado principalmente pela intensificação do efeito estufa, está a provocar uma série de fenómenos maléficos ao meio ambiente, como é o caso do degelo, uma das consequências do aquecimento global.

As regiões polares são as mais atingidas pelo degelo, pois o derretimento dessas áreas está a ocorrer de forma muito rápida. Conforme cientistas ambientais, o degelo agrava ainda mais o aquecimento da Terra, pois durante esse processo ocorre a libertação de gases prejudiciais ao meio ambiente.

Pesquisas realizadas confirmam que o Oceano Ártico teve a sua área reduzida em 14%, além da camada de gelo ter se tornado 40% mais fina. A Antártida, por sua vez, perdeu 3 mil quilómetros quadrados de extensão, em consequência de uma elevação de 2,5 °C desde 1940. Com o derretimento das calotas do Ártico e da Antártica, uma grande camada de água, proveniente do gelo, fluirá para os oceanos, podendo contribuir para a elevação do nível do mar.

E tal ocorrência ameaça milhões de pessoas e animais em todo o mundo!

Aquecimento global é o culpado, dizem especialistas

Uma investigação publicada no final de junho revelou que as alterações climáticas podem vir a aumentar em 25% a área sem gelo da Antártida no final do século, um cenário que provocaria drásticas mudanças na biodiversidade do continente.

A zona sem gelo representa atualmente cerca de 1% da superfície do continente – cuja área total é de aproximadamente 14 milhões de quilómetros quadrados -, figurando como o lugar onde se concentra quase toda a sua fauna e flora.

Uma investigação realizada pela Divisão Australiana da Antártida (AAD, na sigla em inglês), a primeira a estudar o impacto das alterações climáticas nas zonas sem gelo na Antártida, prevê que estas se expandam e se unam entre si.

Segundo Aleks Terauds, investigador da AAD, à luz da previsão, o desaparecimento do gelo em 2100 vai fazer emergir aproximadamente 17.267 quilómetros quadrados de terreno, o que representa um aumento de quase 25%.

“Tal vai oferecer novas áreas de expansão a espécies autóctones, mas também pode vir a causar a propagação de espécies invasoras e, a longo prazo, a extinção das espécies nativas menos competitivas”, disse Aleks Terauds, citado num comunicado da AAD.

A investigadora Jasmine Lee assinalou que, ao contrário de estudos anteriores centrados na redução da camada de gelo e no potencial impacto no aumento do nível do mar, o novo trabalho foca-se nos efeitos na biodiversidade do continente gelado.

Jasmine Lee indicou que as atuais zonas sem gelo constituem importantes zonas de reprodução de focas e aves marinhas, além de acolherem invertebrados, fungos e líquenes endémicos.

A investigação, publicada pela revista Nature, foi apresentada diante do Comité para a Proteção do Ambiente durante a reunião consultiva do Tratado da Antártida que decorreu, em maio/2017, na China.

Se você gostava de viajar até a esta região magnífica, então veja também o nosso post Antártida: como viajar para o continente mais remoto do mundo?

 

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