Os recifes de coral constituem um verdadeiro oásis de vida marinha e ainda hoje, em pleno século XXI, continuam a ser profundamente estudados. Fruto de longas histórias evolutivas, estes sistemas são extremamente frágeis e susceptíveis à perturbação natural e humana.
Para quem não está familiarizado com o termo, os recifes são essencialmente depósitos maciços de carbonato da cálcio, que é produzido, na sua maioria, pelos corais e em menor quantidade por algas calcárias e outros organismos.
Entretanto, os recifes constituem um dos mais importantes ecossistemas do nosso planeta e têm como característica principal a sua produtividade extremamente elevada. Esta alta produção dos recifes de coral suporta a existência de densas comunidades de animais que vivem nas profundezas do mar e peixes.
Da área total de recifes existente, estima-se que 15% esteja situada no oceano Atlântico, 53% no sudoeste Asiático, 19% no Pacífico e 9% no Mar Vermelho. Desta forma, é assim que surge o recife de coral próximo da costa cubana onde uma expedição de cientistas de Cuba e dos Estados Unidos concluiu, em junho de 2017, uma investigação.
Os investigadores cubanos e norte-americanos recolheram amostras e obtiveram dados para analisar a conservação dos recifes mais profundos, num cruzeiro académico que envolveu a cobertura de 1.430 milhas náuticas ao largo da costa da ilha, indicou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ambiente (Citma).
O intercâmbio teve como objetivo descrever a distribuição dos recifes mesofóticos (situados na chamada zona de penumbra, a estreita faixa de oceano que fica entre 45,5 e 152,5 metros) da ilha, comparar a sua saúde e conectividade (física, genética e ecológica) com os do golfo do México e o sudeste dos EUA.
A primeira etapa da investigação – que teve lugar entre 17 e 29 de maio – abarcou a costa norte e sul da zona ocidental e central de Cuba, desde Havana até à província central e sul de Cienfuegos. Por sua vez, a segunda fase – que decorreu entre 31 de maio a 11 de junho – prosseguiu o estudo pela costa sul até à capital cubana.
Na investigação interveio um veículo operado por controlo remoto, propriedade da Fundação Nacional de Santuários Marinhos dos Estados Unidos, com capacidade para mergulhar até 300 metros de profundidade e registar imagens de alta qualidade em vídeo e fotografia.
A expedição de 28 dias integra-se no Plano de Atividades assinado entre a Administração Nacional Atmosférica e oceânica e os Serviços de Parques Nacionais dos Estados Unidos e o Citma, em novembro de 2015, para o desenvolvimento do memorando de entendimento sobre áreas marinhas protegidas.
Cuba e os Estados Unidos assinaram, no final de 2015, um acordo bilateral em matéria de ambiente, com o objetivo de fortalecer a proteção da biodiversidade e dos ecossistemas costeiros, e outro memorando de entendimento para a conservação de áreas marinhas protegidas.
Estes acordos fazem parte dos 22 alcançados no processo de descongelamento das relações entre ambos os países, iniciado com a administração do ex-presidente norte-americano Barack Obama, processo esse que, entretanto, foi paralisado pela nova política para a ilha anunciada pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
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