Alguns museus em funcionamento são tão antigos que sua própria existência já é uma aula de história, arquitetura e arte. As suas coleções únicas tornam-nos grandes focos de atratividade mundial e existem pelo menos 4 que são de visita obrigatória. São espaços únicos que estão em foco neste artigo, num ano atípico devido à pandemia Covid-19 que afastou a maioria das pessoas dos museus.
Apenas em 2020, os principais museus perderam 77% dos seus visitantes. Este efeito de quebra foi sentido em todo o mundo, contudo a reabertura de portas para os museus portugueses, após mais um confinamento devido à covid-19, está bem presente. Porém, foi notório que as pessoas tiveram de mudar de hábitos, o que resultou por exemplo num grande aumento do consumo de plataformas de apostas online, como a 22Bet.
A pandemia é o factor que explica os números esmagadores revelados pelo Art Newspaper: mais de 280 instituições tiveram de fechar resultando em 41 mil dias sem museus, com a publicação a afirmar que perdeu-se “mais de um século de visitas a museus”. Antes da covid-19, os museus analisados reuniam 230 milhões de visitas; em 2020, não ultrapassaram os 54 milhões.
A humanidade sempre teve muito apreço por sua arte, cultura e história. O conceito de museu existe desde tempos antigos, quando ainda eram pouco mais que templos, onde as pessoas podiam ir contemplar grandes doações e objetos de adoração.
Nas civilizações grega e romana, por exemplo, era comum que famílias poderosas colocassem em seus jardins grandes obras de arte para apreciação de seus familiares. Mas não foi antes do renascimento que o termo “museu” foi aplicado, construindo a base do que hoje são os centros de preservação e observação de representações artísticas e, também, a génese de alguns dos museus mais antigos do mundo.
Com origem no hábito humano do colecionismo, os museus receberam esse nome em homenagem ao templo consagrado às Musas, na Grécia antiga, mas são muito mais velhos do que isso. Há relatos que o primeiro museu do mundo a ser reconhecido por historiadores foi o de Ennigaldi-Nanna, cuja data aproximada é de 530 A.C.. Ennigaldi foi uma princesa do império Neobabilônico, e acredita-se que o local servia para conservar objetos sagrados para o seu povo.
Ao longo do tempo, os museus foram se tornando cada vez mais instrumentos de ensino e de apreciação popular. Quando antes eram locais exclusivistas e elitizados, hoje em dia os mais diversos museus são abertos a todos aqueles que tem sede de conhecimento.
Com essa aproximação dos locais às pessoas, o museu reinventou-se para uma estrutura que informa e educa através das suas exposições fixas e itinerantes, usando inclusive todos os recursos modernos à sua disposição, por forma a tornar-se o mais atrativo para o público, sem perder o seu propósito.
Não é de admirar, por isso, que os museus usem uma série de aparatos de segurança, visando não só o bem daqueles que o visitam, mas a preservação do acervo local. Um item como um alarme de incêndio, por mero exemplo, pode fazer a diferença caso um acidente venha a ocorrer.
Esse tipo de instalação costuma manter não só os objetos históricos ou representações artísticas seguras, mas também é essencial como contato direto com forças locais especializadas para que, em caso de uma emergência, tudo seja resolvido o mais rápido possível.
Além disso, diversos museus, sobretudo os museus mais antigos do mundo, contam com obras únicas de valor inestimável, daí que tenham a alta tecnologia como um dos melhores aliados.
Não é incomum encontrar em museus peças protegidas por leitores biométricos, garantindo que somente pessoas autorizadas tenham um acesso de proximidade a determinadas obras.
A organização de locais desse porte é fundamental, muitas vezes requerendo um efetivo especializado na manutenção e bem-estar do ambiente, além da equipe técnica que se especializa no acervo do museu.
É comum que o pessoal responsável pela limpeza, segurança e manutenção seja instruído para que as peças ali encontradas não sejam prejudicadas pela ação humana. Da mesma forma que é comum ver-se recursos visuais para delimitar a área de trabalho de alguns funcionários, tais como cones de sinalização.
Regra geral, os museus tem também um grande cuidado com o ambiente ao seu redor, a pensar no desgaste do tempo nos respetivos acervo, que obriga à tomada de algumas precauções de proteção.
Em alguns casos, os museus contam com uma área externa para guardar parte do acervo, devido ao tamanho das peças ou à necessidade do ambiente ao ar livre. Nestes casos, uma equipe especializada é necessária, bem como um sistema de gestão ambiental pode prevenir desgastes e malefícios a longo prazo nas peças.
Este colosso arquitetónico fica nas margens do rio Neva, na cidade de São Petersburgo, na Rússia. O Hermitage é considerado um dos maiores museus do mundo, sendo que seu acervo possui artefatos de todos os períodos históricos, tanto de civilizações europeias quanto de outros continentes. E conta ainda com outras instalações artísticas, tais como um teatro e uma academia de música.
Criado em 1764, o Hermitage teve início com a coleção pessoal de Catarina, A Grande, Imperatriz da Rússia.
Os desígnios de grandeza da Imperatriz fizeram não só com que a coleção fosse crescendo cada vez mais, mas com que a própria estrutura do museu fosse algo de fazer cair o queixo daqueles que o visitam. E no seio da história viva do Hermitage algumas interações tecnológicas ganham destaque, mostrando que é possível obter o melhor dos dois mundos.
Cabines automatizadas vendem os ingressos para o museu, enquanto vários dispositivos, como o bloqueador de umidade, são responsáveis por manter cada ambiente adequado para as peças ali presentes.
Um conjunto de palácios romanos que se reúnem na colina do Capitólio, em Roma, formam um dos museus mais antigos do mundo, e igualmente um dos de superior importância internacional.
O respetivo início recua até ao ano de 1471, quando o papa Sisto IV doou ao povo romano uma série de estátuas de bronze que ficavam expostas na Basílica de São João de Latrão. Com isso, o papa renovou o espírito do povo, que na época foi lembrado da grandiosidade que o Império Romano havia sido, enquanto ele declarava que não estava doando as peças, mas sim restituindo ao povo o que já era seu por direito – um ato de extrema importância para a reconciliação entre a igreja e a sociedade civil na época.
Aos poucos, outros edifícios foram sendo construídos e incorporados, até o complexo tornar-se no grande museu que é hoje em dia.
Os Palácios, como são chamadas as estruturas, atraem milhares de turistas todos os anos, buscando conhecer mais da cultura e história da Roma Antiga. Aliás, são até hoje uma referência no estudo da História Antiga.
Diversas obras de arte sacra também figuram entre os corredores dos edifícios, algumas de valor incalculável, tendo em vista a considerável importância histórica e cultural.
Não é de admirar, portanto, que a estrutura de segurança seja imensa, com um aparato diversificado, desde câmeras até à portaria remota. Em museus de tamanha relevância histórica, a segurança para as obras ali contidas nunca é demais!
A Santa Sé abriu suas portas para o público em 1506, com a criação dos Museus Vaticanos. Este conglomerado de edifícios carrega toda a história, objetos de arte e cultura que a Igreja acumulou ao longo dos anos. Apesar das instituições serem quase independentes entre si, a unidade do Vaticano estende-se aos museus, que, além de obras de arte e objetos históricos, são por si só uma maravilha arquitetónica e histórica.
Com o tempo, o interesse das obras acabou diversificou-se, incluindo a criação de museus etnológicos e de arte moderna, sendo criado até mesmo uma estrutura para exibição de arte gerada especificamente para este museu.
Algumas peças são tão antigas que devem ser protegidas por ambientes especiais, por forma a impedir a sua deterioração. Salas com isolamento acústico são, por isso, ideais para manter em segurança obras como livros e outros objetos delicados, que podem sofrer danos com a ação de sons externos.
O Museu das Armaduras Reais, de Leeds, abriga um acervo enorme de equipamentos de batalha da Inglaterra, sendo um dos museus mais antigos do mundo e o mais vetusto do Reino Unido.
Além disso, ele é responsável por uma das maiores coleções mundiais em equipamentos bélicos medievais.
Situado às margens do rio Aire, na cidade de Leeds, ao norte de Londres, o museu atualmente fica em um edifício construído especificamente para ele.
O museu, que foi fundado em 1545, ficava no famoso edifício conhecido como Torre de Londres, mas eventualmente ganhou seu próprio espaço, que conta também com uma biblioteca, um cinema e um centro educacional, além de uma área externa para exibições militares.
O responsável pelo museu recebe o título real de Mestre Armeiro, título que era dado àquele que controlava e mantinha as tropas da rainha até 1671. É um título honorário, mas de linhagem nobre.
É importante lembrar que todos os museus do mundo carregam sua cota de história, arte e cultura, e que compete a cada um de nós que entra nestes espaços ser respeitoso com o ambiente.
Os museus refletem o passado da humanidade, e podem ser grandes fontes de pesquisa sobre como o mundo pode evoluir a partir deles. É, por isso, essencial evitar causar qualquer tipo de dano a estes espaços. E não esperar que um detector de fumaça dispare para nos preocuparmos com o acervo de um museu.
Se todos procurarem ativamente proteger o património histórico e cultural mantido dentro destes espaços, as futuras gerações poderão continuar sendo agraciadas com o privilégio de ver a história na frente de seus olhos.