Quem nunca sonhou passar, pelo menos uma vez na vida, uma noite num palácio veneziano? Nestes hotéis de grande luxo está presente toda a história de uma cidade que, durante séculos, reinou no Adriático e nas rotas da seda.
O gosto pela decoração sumptuosa, claramente bebido pelo Oriente, vive-se numa atmosfera que faz jus aos contos de Xerazade em Mil e Uma Noites. Veneza é uma cidade-museu, mas também uma cidade habitada que soube ornar-se das infraestruturas necessárias para viver bem e receber os seus visitantes.
A descoberta de Veneza começa pela manhã com um passeio a pé pela Praça de S. Marcos, onde se encontra a basílica com o mesmo nome. A decoração interior revestida de mosaicos que ornamentam as paredes, o pavimento em mármore e azulejos do século XII, a Pala d’Oro, obra de ourivesaria única no mundo, fizeram de S. Marcos uma “igreja de ouro” cuja sua riqueza era feita à imagem da Sereníssima.
Por causa da instabilidade do terreno, a basílica apresenta uma acentuada ondulação, como se tivesse a deslocar sobre as ondas do mar. Cá fora as inúmeras esplanadas vestem a Praça de S. Marcos sempre bem apreciadas pelos turistas.
Nas proximidades temos o Palácio Ducal que reúne a mais bela coleção de pinturas, entre as quais destacamos Carpaccio, Tintoretto e Veronose. Defendido por altas muralhas, flanqueadas por duas torres de ângulo, o edifício tinha o aspeto de uma fortaleza.
Entre os séculos XIV e XVI, sofreu alterações tomando o seu aspeto atual. O palácio era, ao mesmo tempo, a residência dos doges e a sede das instâncias do governo veneziano: o Grande Conselho, o Senado, o Colégio, o Conselho dos Dez… Era ainda uma prisão: os Poços (no rés-do-chão) e os Chumbos (cárceres debaixo dos tetos de jumbo), conhecidas em todo o mundo desde que Casanova afirmou ter-se deles evadido.
Para saberem o destino que lhes estava traçado, os presos tinham de passar por uma ponte que ficou denominada de Ponte dos Suspiros. Este nome foi-lhe atribuído porque sempre que tinham conhecimento da sua sentença os presos passavam a ponte a suspirar.
Depois deste passeio nada melhor do que sentar-se comodamente no restaurante e deleitar-se ao sabor da gastronomia veneziana. A cozinha da Sereníssima sabe tirar partido das riquezas que o Adriático e a lagoa lhe oferecem, prepara com todo o requinte peixes e crustáceos.
Um dos pratos apreciados é a polenta (na imagem abaixo), que acompanha perfeitamente tanto a carne como o peixe, e que se serve grelhada, frita ou ao natural, com ou sem molho, conforme a sua preferência.
Encontre ainda as famosas pizzas e pastas, sempre bem acompanhadas de bons vinhos italianos, e que provavelmente até serão saboreadas ao som de violinos. Quem passar em Veneza perceberá rapidamente que não é muito difícil encontrar em alguns restaurantes e esplanadas músicos que toquem com destreza este instrumento.
Para a noite e para acabar o seu dia em beleza sugerimos-lhe um inesquecível passeio de gôndola pelos canais. Se é apreciador dos serões trepidantes pode encontrar algumas dificuldades, uma vez que em Veneza as pessoas deitam-se cedo.
Contudo esta tendência parece estar a alterar-se, pois cada vez mais existem estabelecimentos que ficam abertos até mais tarde, como por exemplo, em redor do campo Santa Margherita, um local de encontro de estudantes.
É claro que estas são apenas sugestões de um dia. Veneza tem muito mais para descobrir. Existem ainda as ilhas de rara beleza, os antiquários para os apreciadores de arte, as vilas que circundam a cidade, as ruelas estreitas e muito muito mais. Tudo isto repleto de história, cultura e arte.