Roma: como foi passar o Natal na capital italiana

Devemos caminhar para além das paixões, como uma grande obra de arte. E, nessa extraordinária harmonia, precisamos de aprender a amar-nos imensamente uns aos outros, para conseguirmos viver serenamente… fora do tempo.

La Dolce Vita (Federico Fellini) [tradução livre da autora]

Aterramos em Roma no dia 24 de Dezembro à tarde. “Fizemo-nos de imediato à estrada” para encontrar a casa que nos iria acolher durante a semana seguinte. Estávamos ansiosos por conhecer a cidade por isso queríamos pousar as malas, comer e ir conhecer o centro.

Esta foi a minha terceira visita a Itália mas a primeira a Roma e estava muito curiosa. Com Fellini, De Sica e outros cineastas que muito admiro, conheci uma Itália, e em particular uma Roma: fotogénica, misteriosa e boémia, onde me tencionava perder.

O plano: compreendo mais ao menos italiano mas para ganhar à vontade para me aventurar a (tentar) falar desafiei o meu irmão (que me acompanhava) para dizermos todas as palavras que sabíamos em italiano e tentar com isso começar conversas fluídas. Inicialmente as nossas conversas pareciam menus de restaurante absolutamente desconexos mas aos poucos a técnica funcionou e começamos a ficar mais à vontade para comunicar com a nossa hospedeira e restantes romanos (desde então uso sempre essa técnica: e, comigo, funciona!).

Encontramos o nosso apartamento e a nossa fantástica hospedeira: Paola, que nos mostrou o nosso quarto, casa de banho, cozinha e as coisas que tinha comprado para o nosso pequeno almoço. Como eu já tinha reparado quando preparava a viagem e comuniquei com a Paola através da Airbnb o inglês dela não era muito famoso, e nem o meu italiano… mas lá fomos conseguindo comunicar.

Antes de sairmos a Paola avisou-nos que em Roma era feriado dia 25 (dia de Natal) e também 26 de Dezembro (dia de Santo Stefano), e que praticamente tudo fechava, já que os italianos normalmente passavam esses dias em família, sendo que muitos saiam da cidade. Ela própria ia passar uns dias a casa da irmã, nos arredores de Roma.

Fomos almoçar e abastecer-nos de bens essenciais e comida no supermercado mais próximo para o caso de não encontrarmos restaurantes abertos nesses dias. Uma das vantagens de viajar com Airbnb é poder em Roma ser romano, ou seja, sair de manhã para ir ao mercado, comprar fresquinho ao produtor, preparar e comer.

Finalmente partimos em aventura pelo centro da cidade. O anoitecer, e as lojas já praticamente todas fechadas, fazia lembrar a madrugada num qualquer filme de Fellini. Que privilégio poder desfrutar deste cenário único: a cidade quase vazia e um ambiente mágico. De louvar também a meteorologia, que foi muito nossa amiga: o tempo esteve sempre abençoado com sol.

No dia 25 Dezembro de manhã acordamos cedo numa casa só para nós. Encontramos gattino Gesù (gatinho Jesus), “nas palhas deitado”. A gata repetiu várias vezes a façanha. Ia para cima da mesa onde estava montado o presépio pois gostava de se deitar em cima do musgo (os italianos fazem presépios maravilhosos!). Regalamo-nos com um pequeno almoço completíssimo e investimos num passeio pelo centro.

Pudemos apreciar o Colosseo, as ruínas do Fórum Romano, e outros pontos turísticos da cidade praticamente sozinhos: uma oportunidade rara, que lembrava a aurora no filme: “La Grande Bellezza” (A Grande Beleza), de Paolo Sorrentino (2013).

Uma das nossas autoimpostas missões era encontrar o melhor café de Roma. Revelou-se ser uma missão impossível mas penso que conseguimos eleger dois excelentes candidatos:

Encontramos um simpático Ristorante aberto, onde o meu almoço de Natal foi um dos meus pratos italianos preferidos: spaghetti aglio e olio (esparguete salteada em alho e azeite, normalmente bastante picante). Também a sobremesa: pannacotta (nata cozida) era incrível com a consistência e sabor perfeitos. Comemos sempre maravilhosamente bem e barato, graças aos conselhos do amigo Vítor.

Roma: Ah! La Dolce Vita

Em jeito de conclusão é de referir que em Roma há de tudo para todos os gostos, mas o mais incrível para mim foi a quantidade de surpresas constantes, como por exemplo, descobrir acidentalmente a “mãe de todas as igrejas”, a Basilica di San Giovanni in Laterano, a caminho de casa.

Faltou a visita a Cinecittà (Cidade do Cinema) e a Pietà (Piedade – uma das mais famosas esculturas feitas por Michelangelo, que se encontra na Basílica de São Pedro), o que para mim é uma desculpa boa o suficiente para voltar a Roma! De qualquer modo fizemos o que manda a cultura popular e atiramos uma moeda para a Fontana de Trevi, o que supostamente garante o retorno a Roma.

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