Estudantes internacionais deixam milhões de pesos na cidade de Buenos Aires em 1 ano

A chegada de um número cada vez maior de estudantes internacionais em Buenos Aires vem trazendo resultados econômicos favoráveis à cidade. Isso é o que demonstrou o estudo feito pela Faculdade de Ciências Econômicas da UBA (Universidade de Buenos Aires) e do Conicet (Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas), em 2017.



Os 80.766 estudantes estrangeiros que ingressaram nas instituições de ensino da capital argentina gastaram, naquele ano, 10.113,4 milhões de pesos, que na conversão atual equivale a cerca de R$ 685 milhões.

Para chegar a este valor total, o estudo considerou o que os alunos internacionais gastam em acomodação, pagamento de taxas universitárias (quando aplicável), consumo, transporte, entretenimento e incluiu a visita de amigos e familiares.  A soma chamou a atenção por representar 0,52% do Produto Geográfico Bruto de 2017 da jurisdição. Até a divulgação do relatório, pouco se sabia sobre os valores gastos por alunos que passam pelo País.

Quando se trata de jovens estrangeiros que escolhem a Argentina como destino acadêmico, as referências geralmente giram em torno dos benefícios que eles obtêm em ingressar nas universidades públicas gratuitas, o custo menor das mensalidades em relação aos seus países de origem, o alto nível do ensino superior argentino e até o investimento do Estado nas instituições.



Buenos Aires: a melhor cidade da América Latina para estudantes estrangeiros

Os estudantes, em sua maioria, buscam Buenos Aires para programas de curta duração, como cursos para aprender espanhol. Mas muitos vão com o objetivo de ficar por um período maior, até completarem a graduação ou a pós-graduação nas universidades e instituições da capital argentina.



Em relação às nacionalidades, destacam-se brasileiros, europeus, chilenos, uruguaios e norte-americanos. Para os brasileiros, observa-se que um dos principais objetivo da mudança para o país vizinho é a busca pelo diploma de medicina.  



Buenos Aires é  escolhida pela sua qualidade educacional, bem como pelos atrativos oferecidos pelos grandes centros urbanos. O impacto não é apenas econômico, pois confere à cidade uma vantagem competitiva nas análises e rankings de melhores destinos para estudantes estrangeiros, como o conceituado QS Best Student Cities Ranking.



De acordo com o QS 2020, a capital argentina é a melhor cidade da América Latina para estudar e está entre as 50 melhores do mundo, aparecendo em 31º. lugar. Além disso, a internacionalização das universidades argentinas faz seus títulos valerem mais.



Ações conjuntas do Governo e universidades buscam aumentar o número de estudantes internacionais

A intenção da capital argentina é chegar a 100 mil “turista de estudos” em 2021. Um dos motivos é a movimentação da economia da cidade, pois a média de gastos de um aluno estrangeiro chega a ser três vezes superior a um turista típico. Para isso, Buenos Aires conta com os próprios estudantes, que acabam se tornando “embaixadores” da cidade e das próprias universidades no mundo.



O governo de Buenos Aires, em acordo com várias instituições públicas e privadas, criou um site que funciona como vitrine para a oferta das universidades da região, inclusive com a participação da Universidade de Buenos Aires (UBA).



Em 2019, durante a NAFSA, maior feira do mundo dedicada à educação internacional, a Argentina enviou para Washington, DC, sede do evento, representantes de 30 universidades, nacionais e privadas.

O stand “Study in Argentina” contou com a participação de casas de estudos como o Instituto Tecnológico de Buenos Aires (ITBA), a Universidade Austral, a Pontifícia Universidade Católica da Argentina (UCA), a Universidade de Buenos Aires (UBA), da Universidade Aberta Interamericana (UAI), entre outras, compartilhando suas propostas.

Devido à pandemia global COVID-19, a Conferência e Exposição Anual NAFSA 2020 não aconteceu, mas educadores internacionais de todo o mundo, inclusive os representados pela Study Buenos Aires, puderam se reunir virtualmente para discutir temas e propostas de mudanças positivas nas comunidades locais e globais.

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